Animais Autóctones

Animais Autóctones

sábado, 16 de abril de 2011

Espécie Animal Autóctone da Semana

Rato de Cabrera (Microtus cabrerae) 

Classificação
VULNERÁVEL 
A espécie apresenta uma área de ocupação reduzida (menos de 2.000 km2) e admite-se fragmentação elevada e declínio continuado da área de ocupação, da área, extensão e qualidade do habitat, do número de subpopulações e de indivíduos maduros.

Distribuição
Ocorre na Península Ibérica, com uma distribuição fragmentada. Em Espanha, os principais núcleos localizam-se nos maciços pré-pirenaicos, no Maciço Central, no Sistema Ibérico Meridional, nas Serras Béticas e algumas áreas das províncias de Zamora. Em Portugal, ocorre em Trás-os-Montes (Douro Internacional), na Beira Interior, no Ribatejo, na Estremadura, no Alto Alentejo e no Sudoeste Alentejano e Algarvio.

População
Os dados populacionais disponíveis para Portugal referem-se a capturas ocasionais, que não permitem estimar o tamanho da população. No entanto, estes dados indiciam uma estrutura metapopulacional, em que cada subpopulação ocupa um fragmento de habitat favorável. Em cada subpopulação, os indivíduos estão organizados em colónias constituídas, aparentemente, por um casal monogâmico, subadultos e crias.

Habitat
As colónias do rato de Cabrera ocorrem em formações de gramíneas perenes, juncais, comunidades nitrófilas, margens de ribeiras temporárias, solos alagados e, embora mais ocasionalmente, junto das orlas de ribeiras permanentes.
Nos climas mediterrânicos sub-húmidos e subestepários, utiliza zonas com menor produtividade como terrenos de gramíneas altas mas secas, por vezes associadas a diversos tipos de carvalhos como Quercus rotundifolia, Q. faginea, Q. ilex e, por vezes, Q. pyrenaica. A actividade deste mamífero tanto se desenrola sobre o solo como por baixo do solo, onde se refugia durante as horas de repouso e nos períodos mais críticos do ano. Encontra-se principalmente activo de noite, podendo ter actividade diurna. As comunidades ocupam uma superfície variável, com uma dimensão média de 250 m2.

Alimentação
É considerado essencialmente herbívoro, alimentando-se preferencialmente de folhas, caules ou sementes de gramíneas, acompanhadas por juncos e mais raramente por herbáceas monocotiledóneas. Pequenos invertebrados são consumidos muito ocasionalmente.


Reprodução
O período de maior actividade reprodutora parece corresponder ao final da Primavera, início do Verão, mas podem encontrar-se fêmeas activas e gestantes durante todo o ano, sendo o ciclo reprodutor muito influenciado pelas condições climáticas, variando de ano para ano e interrompendo-se em épocas de escassa precipitação. A gestação dura 23-24 dias e o tamanho médio por ninhada é de 4,9 crias por fêmea, reproduzindo-se pelo menos duas vezes por ano. Os ninhos podem ser construídos à superfície, bem protegidos por vegetação, ou subterrâneos, em áreas com vegetação herbácea escassa.

Factores de Ameaça
Frequentemente, as áreas favoráveis à ocorrência da espécie coincidem com áreas adequadas para a agricultura e pastorícia. Assim, a destruição e fragmentação do habitat por pastoreio excessivo, a queima de pousios e juncais para a criação de pastagens, as alterações do uso do solo por reconversão em regadio ou florestação, a drenagem de zonas húmidas têm sido considerados os principais factores de ameaça. A construção de estradas e a limpeza de galerias ripícolas também tem levado ao desaparecimento de algumas colónias. A competição com o rato-de-água Arvicola sapidus poderá impedir a ocupação e estabelecimento do rato de Cabrera em algumas áreas.

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