Animais Autóctones

Animais Autóctones

sábado, 30 de abril de 2011

Animais do Parque da Cidade do Porto


Parte do grupo AR∑A esteve no Parque da Cidade do Porto na passada Quinta-feira e pôde observar alguma da fauna que lá habita. Além dos numerosos melros, pardais, verdilhões e rabiruivos-pretos pudemos ver e ouvir as duas espécies cujas fotografias, da autoria de Salomé do grupo Sport5, publicamos


Nesta fotografia temos um sardão (Lacerta lepida) réptil presente em todo o país, mas mais visível em dias quentes. É o maior lagarto de Portugal podendo atingir os 30cm, não obstante consegue trepar às árvores para fugir ou roubar ovos de pássaros. Alimenta-se de invertebrados, frutos, vegetais, lagartixas, ovos e pequenos mamíferos. A sua principal defesa é a fuga, mas em caso de ameaça pode abrir a boca numa postura que avisa de que irá morder quem se aproximar. Estamos na época de acasalamento desta espécie.



Aqui temos uma rã muito comum: a rã verde (Rana perezi). Pode ser encontrada em charcos e lagos, pois como estamos também na sua época de reprodução os machos cantam ruidosamente e marcam território.

Expedição à Antárctida descobre a maior concentração de baleias dos últimos 20 anos

28.04.2011
Helena Geraldes
Há já mais de 20 anos que não se via uma tal concentração de baleias-de-bossa, espécie ameaçada. Uma expedição de seis semanas descobriu 300 animais a alimentar-se nas baías na Península da Antárctida, segundo um estudo publicado na revista “PLoS ONE”.
“Uma concentração de baleias e de krill [minúsculas criaturas semelhantes a camarões que se alimentam, principalmente, de fitoplancton e que são a base alimentar de inúmeras espécies marinhas] incrivelmente densa como esta nunca foi observada nesta zona e nesta época do ano”, comentou Douglas P. Nowacek, da Universidade de Duke, citado em comunicado desta instituição. Nas águas havia pouco gelo, cobrindo menos de dez por cento da superfície marinha da baía.
Durante a expedição realizada em Maio de 2009, a bordo do navio “Lawrence M. Gould” – nas mãos dos Programas Polares da Fundação americana para a Ciência -, Nowacek e os seus colegas observaram 306 baleias-de-bossa – correspondendo a 5,1 baleias por quilómetro quadrado, a maior densidade alguma vez registada – na Baía Wilhelmina. Além disso, os investigadores mediram a biomassa de krill em cerca de dois milhões de toneladas. A equipa regressou ao mesmo local em Maio de 2010 e registou números semelhantes.
Estes números realçam os impactos rápidos das alterações climáticas na região. Segundo explicam os investigadores, antes, o gelo cobria grande parte da superfície do mar junto àquela baía em Maio, protegendo o krill e forçando as baleias-de-bossa a migrar para outras regiões à procura de alimento. Mas as rápidas alterações climáticas na região ao longo dos últimos 50 anos reduziram significativamente a área coberta de gelo e atrasaram o seu aparecimento.
“A curto prazo, a falta de gelo no mar é uma boa notícia para as baleias, permitindo-lhes autênticos festins, à medida que o krill se desloca verticalmente para a superfície da baía todas as noites”, comentou Ari S. Friedlaender, um dos dois autores principais do estudo e investigador da Universidade de Duke. “Mas estas são más notícias a longo prazo para ambas as espécies e para tudo o resto no oceano Antárctico que depende do krill”, alertou. Tudo porque o krill não terá tempo para recuperar as suas próprias populações, de época para época, e de assim manter as espécies que dele dependem.
Pinguins, focas, aves marinhas e muitas espécies de baleias dependem do krill< de fonte como proteínas, em rico>

quarta-feira, 27 de abril de 2011

Fique a conhecer os nossos "afilhados"!

   Em "Nichos Ecológicos" vão ser publicadas informações sobre os animais em recuperação no CERVAS (Centro de Ecologia, Recuperação e Vigilância de Animais Selvagens) que o grupo apadrinhou, com o dinheiro que conseguiu a partir do artesanato.

O nosso agradecimento a todos os nossos clientes que nos ajudaram a apoiar esta causa!

sábado, 23 de abril de 2011

Espécie Animal Autóctone da Semana

Açor (Accipiter gentilis)
O açor é uma ave de rapina da família Accipitridae, distribuída por todas as regiões temperadas do hemisfério norte. É uma ave de rapina diurna, com um comprimento de aproximadamente 50 cm, cor preta e ventre branco com manchas pretas; asas e bico pretos, cauda cinzenta, manchada de branco e pernas amareladas.

Classificação
VULNERÁVEL - População reduzida (inferior a 1.000 indivíduos maturos).




Distribuição
A área de distribuição desta espécie é muito vasta, estendendo-se de um modo contínuo por grande parte do Holárctico. O açor distribui-se por uma área bastante grande em Portugal continental. No Centro e Norte do país a distribuição do açor é mais contínua e tem uma população mais densa. A espécie também existe em largas áreas do Sul (Alentejo e serras algarvias), embora a sua presença aqui seja bastante mais dispersa, bem como a sua densidade, encontrando-se ausente nalgumas regiões.

População
Tal como para grande parte das aves de rapina florestais do país, nunca se fez um censo específico e completo para esta espécie a nível nacional, com base em amostragem e metodologia apropriadas. A única estimativa existente aponta para uma população de 200-300 casais, que se pensa estar em declínio, devido à destruição e escassez crescente do seu habitat preferido, os pinhais bravos de alto-fuste. Atendendo à grande perda de pinhal que se tem verificado nos últimos anos devido aos incêndios florestais e que em 2003 tiveram uma incidência particularmente grave, é provável que uma parte não desprezável da população tenha sido directamente afectada. Em termos de estatuto de ameaça a nível da Europa, a espécie é considerada Não Ameaçada, embora se apresente em declínio em alguns países europeus.



Habitat
No sul de Portugal o açor encontra-se quase sempre nos barrancos arborizados de cursos de água, mas nalgumas zonas, como na Comporta, cria também em pinhal-bravo e terrenos planos. No centro e norte do país o principal habitat de nidificação do açor é composto por pinhais-bravos adultos e possuidores de árvores de grande porte, por bosques e bosquetes de folhosas autóctones (carvalhais maduros) e, por vezes, em eucaliptais. Circundantes às formações arbóreas onde nidifica, encontram-se terrenos abertos de mato, culturas agrícolas e pastagens, onde tende a caçar perto das orlas. Evita as paisagens demasiado compartimentadas ou demasiado contínuas, mas em áreas predominantemente florestais, como a região de Mira ou o Pinhal de Leiria (onde a cobertura pinhal é superior a 85%), quantificaram-se ainda assim densidades de açor da ordem dos 4-5 casais e 2-3 casais por 100 km2. Os incêndios florestais, mas também a sua reconversão para eucaliptal de curtas rotações, têm provocado um declínio acentuado do habitat principal do açor, o pinhal-bravo, em particular aquele constituído por arvoredo mais maduro, com 40-50 anos. De acordo com as revisões do inventário florestal, a área de pinheiro-bravo declinou, entre 1964 e 1995, em 323.000 ha. Este declínio em área tem continuado, sendo de realçar os 260.000 hectares de matas que terão sido destruídos em 2003, ano em que a área ardida foi 4 vezes superior à média anual verificada entre 1980 e 2004.


Predação
 Esta ave caça outras aves menores e pequenos mamíferos confiando no efeito surpresa, aproveitando posições elevadas para o efeito. São predadores oportunistas e as suas principais presas são esquilos, galináceos, piciformes, como pica-paus, e pássaros.

Factores de Ameaça
Os incêndios florestais que destroem áreas mais ou menos vastas de pinhal e outro arvoredo maduro são a principal ameaça para o açor em Portugal. A par com este factor de destruição, a reconversão para eucaliptal de curta rotação das antigas manchas de pinhal das serras da região Centro limita grandemente a adequação do habitat para efeitos de nidificação. Com efeito, salvo alguns exemplares de grande porte, a maioria dos eucaliptos e em particular os das plantações florestais, devido ao tipo de inserção e à fragilidade dos seus ramos, não providenciam as melhores condições para o suporte de ninhos de grandes dimensões e aqueles que neles são construídos caem com alguma facilidade aquando de ventos mais fortes. O corte de povoamentos ou árvores onde a espécie nidifica, a perseguição através do abate directo, destruição de ninhos e o roubo de crias são outros factores que afectam a população portuguesa. Por se tratar de um predador essencialmente ornitófago, o açor é uma espécie potencialmente sensível aos efeitos dos pesticidas e metais pesados, que poderão afectar o sucesso reprodutivo. Por outro lado, sendo os pombos uma presa muito frequente na sua dieta, como acontece na região de Mira, é provável que se verifique alguma morbilidade e mortalidade em resultado de Tricomoníase e Candidíase. Por exemplo, na região de Mira, foram detectados juvenis no ninho infectados com Tricomoníase.



Espécie Animal Traficada da Semana

Pica-Pau-Rei (Campephilus robustus)



Pica-Pau-Rei num local de nidificação.
Classe: Aves

Ordem: Piciformes

Família: Picidae

Nome científico: Campephilus robustus

Nome vulgar: Pica-pau-rei

Categoria: Ameaçado/ Em perigo

Esta ave é
conhecida por pica-pau-rei.
Campephilus robustus é uma ave florestal da família Picidae. Este pica-pau é considerado o maior do Brasil; destaca-se por sua robustez e beleza. Possui a cabeça e o pescoço vermelhos e o peito é barrado preto e branco. Pode ser encontrado em várias regiões: Goiás, Minas Gerais, Bahia até ao Rio Grande do Sul.
Características
É considerado o maior pica-pau do Brasil. Os indivíduos desta espécie medem cerca de 36cm e apresentam um peso médio de 200g.
O macho tem uma pequena mancha auricular preta e branca, enquanto a fêmea possui uma grande estria malar branca, tal como as restantes espécies de pica-pau.
Esta espécie possui um canto territorial, diversos tipos de chamamentos e uma melodia instrumental: o “tamborilar”. Esta é feita através de repetidos golpes do bico sobre a superfície de troncos secos ou ocos. Este substrato é escolhido de forma a proporcionar uma boa ampliação da sonoridade e alcance do ruído. Os pica-paus desta espécie fazem um “tamborilar” dissilábico, que pode soar como uma voz e ser, individualmente, distinta das demais.
Alimentação
O pica-pau-rei possui dieta insectívora, procurando alimento em árvores infestadas pelos mais variados tipos de insectos e larvas. “Martelam” o tronco com força, perfurando a casca e capturando as presas com a sua língua pegajosa de ponta afiada. A língua móvel é também adequada para lamber o sumo de frutas moles. Assim, embora úteis ao homem no controlo de insectos e larvas nocivas à madeira, os pica-paus podem provocar alguns danos, por vezes, raros em pomares.
Reprodução
Os indivíduos pertencentes a esta espécie utilizam troncos de diferentes estratos da vegetação de ambientes florestais, cujas cavidades servem para nidificação e valem como dormitório e/ou abrigo. O período reprodutivo verifica-se entre os meses de Outubro e Novembro.
O casal de pica-paus elabora com grande dedicação a cavidade onde irá nidificar, fazendo uma a cada estação reprodutiva. Os pica-paus procuram sobretudo árvores mortas, ou aquelas que resistiram a fogos ou ainda cujo cerne foi enfraquecido por fungos.
O fundo da câmara incubadora costuma ser coberto por pequenos pedaços de madeira produzidos durante a confecção, pois os pica-paus não correiam material para dentro dos ninhos, que são mantidos limpos. As fezes dos filhotes envolvem-se numa película branca, formando uma espécie de “saco” que os pais carregam para fora do ninho.
Estes indivíduos realizam uma postura de dois a quatro ovos e ambos os sexos se revezam no choco. Os filhotes nascem nus e cegos, embora não sejam insensíveis à luz.
Com poucos dias de idade, já começam a martelar. Dias depois, tornam-se barulhentos e começam a cantar dentro do ninho. Sensíveis aos ruídos provocados pelos pais no tronco perto da entrada do ninho e ao sinal de alarme, as crias param imediatamente com o canto. Os pais costumam dormir junto à prole, sendo longa a permanência dos jovens dentro da câmara. O menor filhote frequentemente não sobrevive, sendo comum a predação de ovos e filhotes por Araçaris e Tucanos.
Hábitos
Para marcarem o seu território ou para estabeleceram comunicação entre machos e fêmeas, usam o “tamborilar”. Outro tipo de batimento repetitivo constitui o “cinzelar”, usado para procurarem alimentos ou para construírem cavidades para nidificação.
Distribuição Geográfica
Como já foi referido, estes pica-paus podem ser encontrados em Goiás, Minas Gerais e Bahia até ao Rio Grande do Sul.

quarta-feira, 20 de abril de 2011

Espécie Animal Invasora da Semana

Cisne Negro
(Cygnus atratus)



O cisne-negro é uma ave aquática com origem na Austrália (encontra-se em todos os estados). Possuí a plumagem negra excepto nas pontas das rémiges que são brancas. O bico é vermelho e branco e as asas tem cerca de 2 metros de envergadura.

Ambos os gêneros possuem a mesma aparência, de comprimento entre 1,2 a 1,4 metros, os machos (6,3 a 8,7 kg) são um pouco maiores que as fêmeas (5,1 kg).  

A diferença entre gêneros pode ser observada pelo comprimento de rabo entre macho e fêmea, observando os animais dentro de água. O ângulo formado entre o rabo e nível da água é maior no macho.



Este cisne pertence à mesma família dos patos, gansos e cisnes comuns.

Não é uma ave migratória contudo, percorre grandes distâncias à procura de alimento. Este animal foi introduzido na Nova Zelândia e é actualmente uma das maiores pragas existentes no país. Em Portugal, este animal é uma pequena praga, sendo o seu impacte no ecossistema português pequeno, relativamente a outros animais invasores.




Os cisnes habitam preferencialmente lagos onde conseguem chegar à vegetação aquática através do seu longo pescoço com cerca de 1metro. Vivem em colónias e nidificam durante a temporada da chuva com ninhos próximos uns dos outros em pequenas ilhas, ao redor dos lagos ou sobre plantas aquáticas. As proporções gerais são dois metros de diâmetro e um de altura.
Cada ninhada possuí entre 4 a 10 ovos perdes pálidos, sendo cada ovo posto individualmente cada dia e são chocados após o último ovo ser posto. Macho e fêmea incubam os ovos, mas normalmente é a fêmea, ficando o macho a proteger o ninho de possíveis invasores como o Homem.
Os pequenos cisnes nascem brancos como os outros cisnes e passeiam nas costas dos pais. Aos 6 meses de idade começam a voar e ficam adultos com dois anos.


sábado, 16 de abril de 2011

Espécie Animal Autóctone da Semana

Rato de Cabrera (Microtus cabrerae) 

Classificação
VULNERÁVEL 
A espécie apresenta uma área de ocupação reduzida (menos de 2.000 km2) e admite-se fragmentação elevada e declínio continuado da área de ocupação, da área, extensão e qualidade do habitat, do número de subpopulações e de indivíduos maduros.

Distribuição
Ocorre na Península Ibérica, com uma distribuição fragmentada. Em Espanha, os principais núcleos localizam-se nos maciços pré-pirenaicos, no Maciço Central, no Sistema Ibérico Meridional, nas Serras Béticas e algumas áreas das províncias de Zamora. Em Portugal, ocorre em Trás-os-Montes (Douro Internacional), na Beira Interior, no Ribatejo, na Estremadura, no Alto Alentejo e no Sudoeste Alentejano e Algarvio.

População
Os dados populacionais disponíveis para Portugal referem-se a capturas ocasionais, que não permitem estimar o tamanho da população. No entanto, estes dados indiciam uma estrutura metapopulacional, em que cada subpopulação ocupa um fragmento de habitat favorável. Em cada subpopulação, os indivíduos estão organizados em colónias constituídas, aparentemente, por um casal monogâmico, subadultos e crias.

Habitat
As colónias do rato de Cabrera ocorrem em formações de gramíneas perenes, juncais, comunidades nitrófilas, margens de ribeiras temporárias, solos alagados e, embora mais ocasionalmente, junto das orlas de ribeiras permanentes.
Nos climas mediterrânicos sub-húmidos e subestepários, utiliza zonas com menor produtividade como terrenos de gramíneas altas mas secas, por vezes associadas a diversos tipos de carvalhos como Quercus rotundifolia, Q. faginea, Q. ilex e, por vezes, Q. pyrenaica. A actividade deste mamífero tanto se desenrola sobre o solo como por baixo do solo, onde se refugia durante as horas de repouso e nos períodos mais críticos do ano. Encontra-se principalmente activo de noite, podendo ter actividade diurna. As comunidades ocupam uma superfície variável, com uma dimensão média de 250 m2.

Alimentação
É considerado essencialmente herbívoro, alimentando-se preferencialmente de folhas, caules ou sementes de gramíneas, acompanhadas por juncos e mais raramente por herbáceas monocotiledóneas. Pequenos invertebrados são consumidos muito ocasionalmente.


Reprodução
O período de maior actividade reprodutora parece corresponder ao final da Primavera, início do Verão, mas podem encontrar-se fêmeas activas e gestantes durante todo o ano, sendo o ciclo reprodutor muito influenciado pelas condições climáticas, variando de ano para ano e interrompendo-se em épocas de escassa precipitação. A gestação dura 23-24 dias e o tamanho médio por ninhada é de 4,9 crias por fêmea, reproduzindo-se pelo menos duas vezes por ano. Os ninhos podem ser construídos à superfície, bem protegidos por vegetação, ou subterrâneos, em áreas com vegetação herbácea escassa.

Factores de Ameaça
Frequentemente, as áreas favoráveis à ocorrência da espécie coincidem com áreas adequadas para a agricultura e pastorícia. Assim, a destruição e fragmentação do habitat por pastoreio excessivo, a queima de pousios e juncais para a criação de pastagens, as alterações do uso do solo por reconversão em regadio ou florestação, a drenagem de zonas húmidas têm sido considerados os principais factores de ameaça. A construção de estradas e a limpeza de galerias ripícolas também tem levado ao desaparecimento de algumas colónias. A competição com o rato-de-água Arvicola sapidus poderá impedir a ocupação e estabelecimento do rato de Cabrera em algumas áreas.

Espécie Animal Traficada da Semana

Canário (Serinus canaria)


Origens: Açores, Canárias e Madeira

Possível ano de surgimento: 1478

Nome científico: Serinus canaria


Os canários domésticos não são encontrados na natureza. O canário selvagem pode ser encontrado em diversos locais, entre eles, o arquipélago das Canárias e da Madeira. A par da descoberta das ilhas Canárias, os espanhóis levaram os primeiros exemplares para o continente. Os primeiros criadores foram frades, que só vendiam exemplares machos para o estrangeiro, para que a criação mundial dependesse da Espanha.

Existem relatos que suportam a ideia de que havia, já nessa altura, canários criados como animais de estimação, na Europa. Ao longo dos tempos, uma grande variedade de canários foi desenvolvida.

De forma geral, os canários são calmos, mas algumas aves desta espécie podem ser mais agitadas. Os canários possuem um tamanho variável, de acordo com o seu género, mas o selvagem tem entre 12 e 13 cm, enquanto o canário vulgar, tem cerca de 14 cm.

Os canários de menores dimensões têm, aproximadamente, 11 centímetros.
O canário de Lancashire, mede, geralmente, 22 centímetros. Diferenciar o macho da fêmea, não é tarefa fácil, visto que os indivíduos desta espécie não possuem dimorfismo sexual.

Criadores especializados podem determinar essa informação através da posição e do tamanho da cloaca.

Relativamente à longevidade, os canários podem atingir os 14 ou 15 anos de idade.
Os ossos do canário são leves e sólidos, mas em grande parte ocos. Este facto permite que o voo se realize de uma forma muito fácil e cómoda para a ave.

Mesmo as partes mais pesadas do corpo, como os músculos das pernas e das asas estão muito próximos da coluna vertebral, permitindo que o animal mantenha um bom equilíbrio durante o voo. Além disto, o canário apresenta um elevado metabolismo. Registe-se que o consumo de energia durante o voo é quinze vezes superior ao consumo em situação de repouso.

Estes são animais diurnos, ou seja, dormem profundamente apenas à noite, já que durante o dia não podem descuidar-se e ser vítimas de um possível predador.
Em relação ao canto, os canários pertencem ao tipo de pássaros que nasce com determinado repertório, mas que aprende, ainda no ninho, com o canto do pai.

O canário é muitas vezes apreciado apenas pelo seu canto, mas convém ter em atenção que nem todos os pássaros cantam sempre da mesma forma durante toda a vida, sendo comum certos canários deixarem de cantar por qualquer motivo.  

Ao contrário do que se possa pensar, as fêmeas cantam, mas muito raramente e tão baixinho que quase é impossível ouvir. A única coisa que lhes falta para cantar devidamente são as hormonas masculinas, que são responsáveis pela frequência e a intensidade do canto. Quanto aos sentidos, a visão e a audição são os mais desenvolvidos.

Os olhos do canário têm um ângulo de visão de cerca de 320º, e são monoculares, isto é, os dois olhos trabalham independentes um do outro. A audição do canário é muito boa, com uma constituição auditiva semelhante à de um mamífero. O olfacto e o paladar não são muito desenvolvidos.

Os indivíduos desta espécie têm preferência pelos ninhos abertos, que podem ser construídos com uma grande variedade de materiais, entre os quais, uma corda de sisal desfiada. A fêmea põe, em média, entre quatro a cinco ovos, que são claros e têm manchas escuras, e que são chocados durante 13 a 14 dias.

Ninho e crias de Canário.
As crias são alimentadas com produtos à base de ovos, já que as proteínas são fundamentais para um bom desenvolvimento. A plumagem surge ao fim de 14 dias, mas com esta idade, as crias ainda não estão totalmente prontas para cuidar de si mesmas, sendo ainda alimentadas pelo macho, mas com uma frequência menor. Um bom casal de canários pode ter várias ninhadas por ano.

Quanto à alimentação, os canários são animais granívoros, o que significa que as sementes são a base da sua dieta. Podem comer, também, misturas de sementes especializadas para a raça, ou alimentos à base de frutas. Convém deixar disponível também arenito, que é importante para as necessidades digestivas do canário.

O ciclo da reprodução dos canários, desde a postura dos ovos até que as crias saiam do ninho, dura cerca de um mês. Durante esse tempo, os pássaros têm de cumprir uma série de obrigações que são reguladas por processos biológicos complicados. Se uma das fases desse processo não se desenrola normalmente, todo o ciclo pode ser perturbado.

terça-feira, 12 de abril de 2011

Espécie Animal Invasora da Semana

Periquito-de-colar

Psittacula krameri

Fêmea e Macho da espécie
Esta ave é o único representante da família dos periquitos que se encontra em liberdade na Europa e pode ser facilmente visto na cidade de Lisboa, nos seus parques e jardins e no Alentejo e Algarve. Esta espécie foi introduzida em Portugal devido à sua utilização como animal de estimação, alguns indivíduos fugiram ou foram libertados e acabaram por formar populações residentes no nosso país.

O periquito-de-colar tem cerca de 40cm de comprimento, incluindo as penas da cauda que são bastante longas. Os machos apresentam um colar negro e cor-de-rosa (na parte de trás da cabeça), ambos os sexos possuem coloração verde brilhante e bicos vermelhos. Anunciam a sua presença através de vocalizações estridentes, voam normalmente em bandos bastante barulhentos.

Alimentam-se de vegetais, nozes, sementes e frutas, podendo causar grandes estragos nos pomares.

Apesar de ser uma ave originária da Ásia (principalmente Índia) e África subsaariana, instalou-se facilmente na Europa, Austrália e Estados Unidos. Em 2006 foram contados 6000 periquitos-de-colar perto de Londres e estimam-se que existam mais de 10 000 nos Países Baixos.

domingo, 10 de abril de 2011

Espécie Animal Traficada da Semana

Melro (Turdus merula)

Indivíduo macho de melro. Os machos possuem o
bico laranja-vivo e são, geralmente, maiores do que as fêmeas.


Nome científico: Turdus merula

Reino: Animmalia
Filo: Chordata
Subfilo: Vertebrata
Classe: Aves
Ordem: Passeriformes
Subordem: Passeri
Família: Muscicapidae
Subfamília: Turdinae
Género: Turdus
Espécie: T. merula



O Melro pode ser encontrado um pouco por toda a Europa. É frequente avistá-lo na Península Ibérica. Esta ave está também presente no Norte de África e em alguns territórios da Ásia Central.
Os indivíduos desta espécie foram introduzidos na Austrália e na Nova Zelândia, por mão humana. Porém, hoje, não são muito populares, nestas regiões.

Esta espécie prefere os relvados amplos para procurar alimento, por esse motivo a sua presença é muito frequente nesses espaços, sobretudo ao início da manhã e ao fim da tarde.

Este comportamento levou a que se tornasse uma ave muito bem adaptada ao meio urbano, pode ser encontrada no bairro mais movimentado, ou no meio das pessoas que passam, sem sentir qualquer receio das mesmas.


O macho desta espécie é ligeiramente maior do que a fêmea e o seu bico é cor de laranja vivo, contrastando com as suas penas pretas, enquanto o bico da fêmea é mais claro (quase acastanhado), sendo também a coloração das penas menos intensa.


Estas aves podem viver em cativeiro em gaiolas grandes. No entanto, para além de não ser uma ave canora, demonstra sempre grande tristeza, principalmente se for capturada na fase adulta.

Ninho de melro
Relativamente á alimentação, os melros comem insectos, minhocas e bagas, é isso que procuram entre a relva fresca, mas também ingerem migalhas que possam encontrar, ocasionalmente.


No que toca à reprodução, num ano, os melros fazem duas vezes criação. A fêmea põe geralmente quatro ovos, que irão eclodir cerca de 15 dias depois.


Os melros podem medir cerca de 25 cm, pesar até 120 g e viver 10 anos.

sábado, 9 de abril de 2011

Espécie Animal Autóctone da Semana

Coruja-das-Torres

Tyto alba

Esta belíssima ave nocturna habita em Portugal Continental e na ilha da Madeira. Tem visto os seus números diminuir devido à escassez de roedores, à falta de abrigos naturais e artificiais e ao aumento do tráfego automóvel (morrem frequentemente em colisões com carros devido ao seu voo baixo e lento). Pode ser observada nas cidades, principalmente em zonas arborizadas e também na vila de Maiorca.
O dorso e topo das asas são douradas, com manchas castanhas, cinzentas ou pretas, possui uma cabeça em forma de coração para melhor captar os sons (conseguem caçar eficazmente na completa escuridão), barriga e interior das asas brancos e penas adaptadas ao voo silencioso que utiliza na caça.
As fêmeas costumam ser maiores que os machos e fazem o ninho no interior de edifícios abandonados, árvores ou outros locais abrigados, estando a fêmea encarregada da incubação e o macho da procura de alimento. Atingem a idade adulta entre o primeiro e o segundo ano de idade.
Reproduzem-se de acordo com a quantidade de alimento disponível no seu território, formando casais para toda a vida. Cada ovo é posto com 2 ou 3 dias de diferença para que ecludam em dias diferentes. Esta espécie de coruja não faz qualquer tipo de ninho. Os progenitores caçam por turnos até 25 ratos por noite (o seu alimento predilecto). As crias mais velhas são alimentadas primeiro para que se as mais novas morrerem de fome possam servir de alimento às mais velhas, assegurando a sua sobrevivência. As crias pedem alimento com um silvar semelhante ao de um gato.
São excelentes controladoras do número de roedores alimentando-se também de morcegos, pequenos répteis, pequenos mamíferos e grandes insectos. São uma boa ajuda à agricultura. Engolem as presas inteiras e regurgitam mais tarde o que não digerirem, como ossos ou penas, num cilindro chamado plumada
A coruja é tida como símbolo da inteligência desde os tempos da Grécia Antiga.


segunda-feira, 4 de abril de 2011

Este Verão...


Não abandone os seus animais!

Gatos, cães, tartarugas, peixes, iguanas e outros répteis, tritões, rãs e sapos, aves de todos os géneros...

ELES NÃO PERTENCEM À NOSSA FAUNA e IRÃO PREJUDICÁ-LA

sábado, 2 de abril de 2011

Espécie traficada da semana

Tatu-Canastra
  
São os tatus mais raros e maiores da actualidade, podendo pesar até 45 kg e  a medir até 1 metro de comprimento, encontram-se na maior parte da América do Sul.
 Têm uma carapaça muito grossa e resistente e a maior parte do dorso coberta por 11 a 13 cintas móveis. A cabeça e as orelhas são relativamente pequenas. Possui membros robustos, com cinco dedos e as unhas das patas posteriores são grandes, largas e arredondadas. As patas anteriores apresentam unhas falciformes também bastante grandes, principalmente a do terceiro dedo, que pode medir até 15 cm.




 É um poderoso escavador e sua toca possui diversos corredores e câmaras. Cavam à procura de alimento, especialmente onde haja ninhos de insectos, a sua dieta pode incluir outros animais e vegetais. Tem hábitos principalmente noturnos e crespulares. O período de gestação é de quatro meses, com o nascimento de uma a duas crias.
  Estão vulneráveis à extinção devido à caça para obtenção de carne. Estes animais, quando capturados pelo tráfico, sofrem uma alta taxa de mortalidade durante o transporte.



Espécie Animal Autóctone da Semana

Golfinho-comum 
 (Tursiops truncatus)




Também designado por golfinho nariz-de-garrafa, roaz ou roaz-corvineiro, é a espécie de golfinho com uma maior distribuição global (existe em todos os mares, excepto os polares), sendo portanto a mais famosa e aquele que tipicamente se encontra em jardins zoológicos. Pode ser encontrado no oceano, mas geralmente habita águas costeiras em locais como os estuários.

O golfinho possuí um corpo com estrutura hidrodinâmica em forma de torpedo, uma cabeça robusta, bico curto, dorsal alta e lobos (cauda com dois remos),  permitindo uma deslocação rápida no meio aquático. As cores variam entre o creme, cinza e preto, sendo a barriga mais clara que o dorso.
Os sons emitidos por uma bolsa nasal que se encontra na testa.
Em média, um macho mede de comprimento cerca de 3,80m e a fêmea 3,60m e de peso possuí cerca de 500 quilogramas.




A época de acasalamento é entre Abril e Outubro, nascendo apenas uma cria com aproximadamente 10kg, que se alimentará do leite materno até aos 18meses. A maturidade sexual inicia-se a partir dos 7anos, o período de gestação é de um ano. Só dois ou três anos depois de ter uma cria é que as fêmeas estão aptas a ter outra
Os roazes alimentam-se de vários tipos de peixes, moluscos e crustáceos.



 No estuário do Sado, os roazes têm uma especial predilecção por chocos e tainhas, alimentando-se também lulas, linguados, caranguejos, camarões, entre outros

 Em Portugal existem golfinhos roazes em Setúbal, no estuário do Sado, pelas águas da Arrábida e costa da Galé. Estes tinham o hábito de rasgar as redes dos pescadores em busca de alimento e de alimentar de corvinas que eram abundantes na região (daí o nome corvineiro).



 



O estuário do Sado alberga uma população de golfinhos-roazes com cerca de 40 indivíduos, a única população de golfinhos residente em Portugal. Pensa-se que os indivíduos que a constitutem fazem parte da mesma população que visitava o estuário do Tejo.
Actualmente, apenas três populações desta espécie são conhecidas na Europa, sendo uma delas Portuguesa. Daí a necessidade de conservar estes animais.


Espécie Animal Invasora da Semana

Tritão-ventre-de-fogo

Cynops orientalis

Os tritões-ventre-de-fogo são pequenos amfíbios que não ultrapassam os 10cm de comprimento. Possuem um dorso escuro que contrasta com o vermelho vivo do ventre, não havendo uma linha definida a separar as duas cores. As fêmeas distinguem-se dos machos por terem formas mais arredondadas e cauda mais comprida.

Esta é uma espécie originária da China e bastante popular como animal de estimação por serem fáceis de tratar, suportam bem água a temperaturas entre os 5ºC e os 20ºC, mas são mais sensíveis a temperaturas elevadas. Preferem águas paradas ou com uma corrente fraca, ricas em vegetação.

Alimentam-se de insectos, larvas, outros anfíbios e pequenos peixes e camarões de água doce que capturam facilmente por serem excelentes nadadores.

Na época de reprodução os machos desenvolvem uma cloaca maior e os ovos são depositados nas plantas aquáticas. Este tritão produz toxinas através da pele que podem prejudicar peixes ou outros anfíbios que partilhem o seu espaço.

Devido à sua abundância no comércio para animais de estimação há a possibilidade de esta espécie poder tornar-se invasora no nosso território por descuido dos donos ou abandono de indivíduos, mas até ao momento não foram encontradas populações residentes.