Animais Autóctones

Animais Autóctones

terça-feira, 30 de novembro de 2010

Lançamento do livro "Era Uma Vez um Urso do Gerês"









Dia 1 de Dezembro, pelas 17h, na Fnac de Santa Catarina

 "Era Uma Vez Um Urso do Gerês" conta a história de um dos últimos ursos em Portugal e da extinção do Urso Pardo no nosso país.

Baseado em dados científicos, efusivamente ilustrado e dirigido a todas as idades, este livro, ao ser adquirido, reverte os seus lucros para o Fundo Quercus de Conservação da Natureza. Desta forma estará a ajudar a garantir a preservação de muitas espécies, contribuindo para a conservação dos seus habitats.

Uma edição Quercus para as Comemorações dos 25 anos Quercus e para o Ano Internacional da Biodiversidade.
Autoria de Cláudia Silva e ilustrações de Nicolau Fernandes.

Esperamos por si!


   
--------------------------------------
Quercus - Núcleo Regional do Porto
R. João Maia, 5404475-643 Avioso (Sta. Maria) Maia
Tel: 222 011 065 - Tlm: 931 620 212


porto@quercus.pt http://porto.quercus.pt

Apadrinhamento de um animal!


Um dos objectivos do nosso projecto é apadrinharmos um animal como forma apoiarmos a preservação da fauna. Deste modo estamos a dedicarmo-nos ao artesanato com motivos de animais. Vamos publicar fotografias do nosso trabalho: pisa-papéis com pedras, marcadores de livros com pompons e cartolina, molas decoradas e pregadeiras (excelentes prendas para o Natal).



Aceitamos reservas por e-mail! Contactem-nos através de area.esag@gmail.com!

domingo, 28 de novembro de 2010

Espécie Animal Autóctone da Semana

Morcego-de-ferradura-mediterrânico
(Rhinolophus euryale)

Taxonomia: Família: Rhinolophidae, Espécie: Rhinolophus euryale (Blasius, 1853) 
Espécie sedentária, permanece frequentemente no mesmo abrigo ao longo de todo o ano.
Distribuiçao: Em Portugal é mais raro no Sul que no Centro e Norte, não tendo ainda sido encontrado no Algarve
População:A população nacional desta espécie deve situar-se abaixo de um milhar de indivíduos. Tanto durante a época de criação como na de hibernação, estão agrupados em menos de uma dezena de colónias, tendo as maiores poucas centenas de indivíduos. De forma geral, as populações europeias desta espécie têm regredido substancialmente, tendo desaparecido de vastas regiões. Em Portugal também parece estar a regredir.

Requisitos ecológicos: 
Habitat: Espécie predominantemente cavernícola, tanto para criação como para hibernação. No Sul do país parece ocupar quase exclusivamente grutas e minas de dimensões relativamente grandes, em todas as épocas do ano; no Norte foram encontrados alguns grupos em edifícios.
Alimentação: Os habitats de alimentação desta espécie não são bem conhecidos. Apesar de pouco conclusivo, um estudo realizado recentemente em  Itália sugere que esta espécie utiliza para se alimentar predominantemente áreas de floresta de folhosas e galerias ripícolas. Captura predominantemente borboletas nocturnas, tipulídeos e escaravelhos.
Reprodução:  As fêmeas atingem a maturidade sexual  por volta dos dois anos de idade. Nascimentos em Junho (uma cria por fêmea). Tal como outras espécies de morcegos, é considerada frágil: por um lado, tem uma reduzida capacidade de recuperação (conferida por uma tardia maturidade sexual  e uma baixa taxa de reprodução); por outro, o seu carácter colonial, sobretudo durante a época de criação (forma colónias com centenas de indivíduos) torna-a sensível a problemas que possam ocorrer nos poucos abrigos que ocupa.

Ameaças:
A destruição e perturbação dos abrigos é o principal factor de ameaça para esta espécie.  A perda de abrigos pode ocorrer através do bloqueio das entradas de minas ou grutas por vegetação, derrocadas ou colocação de gradeamentos inadequados. A perturbação dos abrigos é particularmente grave em períodos críticos como a criação e hibernação.
 A destruição de florestas de folhosas autóctones bem desenvolvidas resulta na redução das áreas de alimentação disponíveis provocando a redução dos efectivos por alteração da composição da comunidade de insectos, base da dieta desta espécie.
 A poluição resultante da intensificação da utilização de produtos químicos na agricultura, pecuária e silvicultura,  nomeadamente  pesticidas e fertilizantes, pode provocar a redução da comunidade de insectos, diminuindo os recursos tróficos, e o envenenamento de adultos e juvenis. A acumulação de compostos tóxicos nas fêmeas torna-se particularmente grave no período de gestação e amamentação das crias, comprometendo a taxa de sobrevivência destas.
O atropelamento pode ser um factor de mortalidade significativo para esta espécie, dado tratar-se de uma espécie de voo baixo, efectuado muito próximo do solo. Pela mesma razão, a utilização de vedações rematadas no topo com arame farpado pode ser responsável pela mortalidade de indivíduos desta espécie.  
A má imagem dos morcegos pelo Homem, associada a mitos e superstições, promoveu a perseguição directa a este grupo.
 
Objectivos de Conservação:
 Aumentar os efectivos populacionais
Manter a área de ocupação actual
Recuperar o habitat: 
o  Assegurar habitat de alimentação
o  Assegurar habitat de reprodução
o  Assegurar habitat de abrigo

Outra informação relevante:
Os abrigos mais importantes para  a espécie são: Miranda do Douro,  Ribeira de Pena, Tomar I, Ourém, Alcanena I, Marvão I, Óbidos, Cadaval (irregular), Grândola I, Moura I Torre de Moncorvo

Classificação
CRITICAMENTE EM PERIGO Fundamentação: A espécie tem uma área de ocupação reduzida (inferio km2) e fragmentação elevada; admite-se um declínio continuado da área de ocupação, da qualidade do habitat, do número de subpopulações e do numero de indivíduos maduros.

sábado, 27 de novembro de 2010

Espécie Animal Traficada da Semana

Trinca-ferro (Saltator similis)


Exemplar de Trinca-Ferro onde se observa claramente o bico robusto.


O trinca-ferro é uma ave passeriforme da família Thraupidae.
No Brasil existem cerca de oito formas do género Saltator, todas relativamente parecidas. Apenas uma das espécies, vulgarmente conhecida como “bico-de-pimenta” é diferente, pois apresenta uma máscara preta que desce até a garganta, e o bico tem uma cor laranja bem intensa.  O Trinca-ferro é  bastante afectado pelo tráfico e é apreciado por seu belo canto.
Também é chamado de bico-de-ferro, tempera viola, pixarro, pipirão, estevo, titicão, tia-chica e chama-chico (na região interior de São Paulo).

Características:
Esta ave é um pouco menor do que outras que pertencem a espécies do mesmo género; possui o mesmo bico negro e forte, o que originou o nome comum destas aves. Tal como o tempera-viola (Saltator maximus) apresenta o dorso verde, cauda e lados da cabeça acinzentados. A listra superciliar é a mais comprida das três espécies (ave adulta), com o “bigode” menos definido e garganta toda branca. Por baixo, domina o cinza nas laterais, tornando-se castanho-alaranjado e branco no centro da barriga e tem asas esverdeadas. O juvenil não possui a listra tão extensa, sendo a mesma falhada ou inexistente, logo após saírem do ninho.
A cauda está diferenciada em tamanho. Não existem diferenças corporais entre machos e fêmeas.
Relativamente ao canto, este varia um pouco de região para região, embora mantenha o mesmo timbre.

O trinca-ferro é um típico onívoro e alimenta-se de frutos, insectos, sementes, folhas e flores. Na infância o seu regime alimentar é predominantemente animal. O macho costuma trazer alimento para sua fêmea.

Reprodução:

O ninho, construído em arbustos de 1 ou 2 m de altura, é uma" tigela" espaçosa, com cerca de 12 cm de diâmetro externo, é feito com folhas grandes e secas seguras por alguns ramos, resultando numa construção frouxa; no interior são colocadas pequenas raízes e ervas. Os 2 ou 3 ovos, alongados, medem cerca de 29 x 18 mm e são azuis-claros ou verdes-azulados, com manchas pequenas e grandes no pólo rombo, formando uma coroa. Durante o período de reprodução vivem estritamente aos casais sendo extremamente fiéis a um território.
 


Coloração típica dos ovos de Trinca-Ferro.
 
Concentra-se essencialmente na parte central do Brasil e no nordeste, mas pode também ocupar a Bahia ao sul do País, no Rio  do Sul e toda a região Sudeste. Além de fronteiras vizinhas internacionais como Argentina, Bolívia, Paraguai e Uruguai.

sábado, 20 de novembro de 2010

Espécie Animal Autóctone da Semana

O cágado-de-carapaça-estriada (Ermys orbicularis) está classificado como "espécie em perigo" pelo ICNB. Em Portugal habita principalmente na bacia hidrográfica do rio Guadiana e a Sul do Tejo, não se encontram acima dos 1000m de altitude.

Trata-se de um cágado que atinge os 16cm de comprimento máximo da carapaça, de cor escura com manchas amarelas, em desenho radial e plastrão (ventre) de coloração cinzenta ou amarela com algumas manchas. O plastrão é ligeiramente móvel e liga-se à face dorsal da carapaça por ligamentos cartilagíneos. É difícil distinguir machos de fêmeas, pois as únicas diferenças são o tamanho ligeiramente maior e plastrão plano das fêmeas em oposição aos machos, que apresentam a face ventral ligeiramente côncava e cauda mais comprida e grossa. Os juvenis têm a carapaça quase circular e são mais escuros do que os adultos, a sua quilhas vertebral (uma elevação ao longo da carapaça) atenua-se com a idade.

Esta é uma espécie de hábitos diurnos que apresenta maior actividade entre os 20ºC e os 24ªC, apesar de ser activa a partir dos 14ºC. Pode hibernar em locais frios e estiver nas regiões mais quentes, caso em que pode ter duas épocas de reprodução durante o ano.

O acasalamento ocorre, normalmente, em meio aquático, a seguir ao Inverno, e as fêmias põem os ovos entre Maio e Julho num buraco que escava no solo. As ninhadas são constituidas por 3 a 18 ovos e os juvenis possuem um crescimento lento, sendo que os machos atinguem a maturidade sexual entre os 6-8 anos de idade e as fêmeas entre os 10-12 anos. A sua longevidade pode chegar aos 40 anos.

Os juvenis são mais carníveros que os adultos. Os cágados-de-carapaça-estriada alimentam-se de invertebrados aquáticos, larvas e anfíbios adultos, matéria vegetal, pequenos peixes e caracóis, no entanto, já foram abservados a capturar crias de aves.

Entre os seus predadores destacam-se os javalis, sacarrabos, ratazanas e várias aves de rapina, corvos e garças. Os juvenís podem ser comidos por lúcios.

Devido ao seu crescimento lento e baixa adaptilidade é importante preservar os habitats desta espécie, em especial os charcos temporários do Alentejo.

Outros factores de ameaça são a introdução da targaruga-da-flórida (do género Trachemys) que compete pelos mesmos alimentos, os atropelamentos, captação de água e poluição dos seus habitats, a pesca acidental e as capturas para comércio ou recreio.

É essencial proteger esta espécie porque não possui uma dispersão limitada e uma fraca capacidade de recuperação das suas populações.

As suas manchas servem de camuflagem as águas paradas

Espécie Animal Invasora da Semana

Rã-de-unhas (Xenopus laevis)


Rã-de-unhas onde se observa a coloração castanha
com manchas mais escuras na região dorsal.


Taxonomia:
  • Reino: Animalia
  • Filo: Chordata
  • Classe: Amphibia
  • Ordem: Anura
  • Família: Pipidade
  • Género: Xenopus
  • Espécie: Xenopus laevis

As espécies que pertencem ao género Xenopus são as únicas a apresentar dedos com garras.
De entre os representantes do género Xenopus, a espécie Xenopus laevis é a única em que os seus indivíduos excedem os 100 mm de comprimento. As fêmeas são consideravelmente maiores, podendo medir desde 110mm a 130 mm, já os machos são cerca de 10% a 30% menores. As fêmeas podem alcançar os 200 g, por sua vez os machos pesam, em média, 60 g.

Os indivíduos desta espécie possuem o corpo achatado.
O corpo das rãs-de-unhas é achatado e a cabeça é relativamente pequena, a pele é lisa e a coloração mais comum é a de castanho-oliva com manchas mais escuras na região dorsal e branca na região ventral. Os indivíduos desta espécie não possuem língua, dentes, pálpebras e ouvidos externos.

Nos membros anteriores (menores que os posteriores), a membrana interdigital está ausente enquanto que nos membros posteriores, além da membrana interdigital, possuem garras nos três dedos mais externos. O sistema sensorial deste tipo de rãs localiza-se lateralmente, na superfície da pele, aparentando tratar-se de uma costura na pele do animal. Os representantes da espécie Xenopus laevis são aquáticos, saindo da água apenas quando se vêem forçados a migrar para outro local.

Quanto ao dimorfismo sexual, as fêmeas apresentam um pequeno ”tubo” entre as pernas (sendo assim distinguidas dos machos).

A espécie Xenopus laevis é bastante agressiva, atacando qualquer coisa (animada ou inanimada) que se cruze no seu caminho e compete com espécies nativas, podendo causar diminuição na população dessas espécies.

Relativamente à alimentação, esta é feita à base de invertebrados aquáticos, peixes, e qualquer outro animal que caiba na sua boca, tendo, portanto, um apetite voraz.

Esta espécie é considerada invasora no nosso país e é proveniente da África central e da do sul.

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Sessão Pública! Qualidade do Ar em Matosinhos | 19 de Nov | 21h30

  O Núcleo Regional do Porto da Quercus – Associação Nacional de Conservação da Natureza, em conjunto com um grupo de populares preocupados e a Junta de Freguesia de Matosinhos, está a organizar para o dia 19 de Novembro de 2010, às 21h30, uma sessão pública e debate com o tema: Qualidade do Ar em Matosinhos, no Salão Nobre da Junta de Freguesia de Matosinhos. Petrogal, Porto de Leixões, tráfego automóvel, churrasqueiras, várias têm sido as ameaças à boa qualidade do ar na zona e por isso, para dar voz à população e ao mesmo tempo esclarecê-la, realizar-se-á esta sessão e debate.

Local: Salão Nobre da Junta de Freguesia de Matosinhos.


Saiba mais neste habitat?

Saudações ecológicas,
Ricardo Marques
Presidente do Núcleo

terça-feira, 16 de novembro de 2010

Espécie Animal Invasora da Semana

Íbis sagrado (Threskiornis aethiopicus)
Este grande pássaro branco (cerca de 1,4 kg) tem uma cabeça preta e pescoço. É encontrada principalmente em áreas molhadas em prados e zonas húmidas do interior para as zonas costeiras. É gregária, deslocando-se em grandes grupos. É carnívora com tendência onívora. A dieta é baseada em insectos terrestres e aquáticos, peixes, batráquios, moluscos e crustáceos. Pode também alimentar-se de pequenos mamíferos, ovos de aves e animais e resíduos vegetais.

Nómada, capaz de mudar suas áreas de reprodução para se adequar às condições ambientais. No intervalo introduzido, há um intercâmbio regular entre as colónias, com os indivíduos que se deslocam até várias centenas de quilómetros entre colónias.
Esta ave tem um certo impacto nos ecossistemas em que está inserida, pois alimenta-se várias espécies ameaçadas (insectos e batráquios).
Tem também um impacto económico, uma vez que são responsáveis pela destruição de estrutura salinas.
                                             

No antigo Egipto era uma ave sagrada, criada nos templos e enterrada mumificada junto aos faraós. Tot, o deus do tempo e do Universo, era representado como tendo a cabeça de um Íbis. Por que os egípcios cultuavam essa ave? Provavelmente, porque ela surgia na época da cheia anual do Nilo, a qual tornava possível a agricultura e assim a própria sobrevivência dos egípcios. Hoje em dia, o íbis é caçado por sua carne e linda plumagem. Por isso, o íbis está em vias de extinção.

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Espécie Animal Traficada da Semana

A arara-vermelha (Ara Chloropterus) é uma ave psitaciforme que habita as florestas tropicais da América do Sul.

Trata-se de uma ave bastante conhecida pela sua plumagem extremamente colorida: vermelha, azul, amarela e esverdeada que forma casais para toda a vida.
são as fêmeas que chocam os ovos de 5cm, durante cerca de um mês, num ninho que aproveita os espaços ocos das árvores ou covas em paredes rochosas. Durante a incubação e crescimento das crias é o macho que está encarregue de conseguir alimentação para a família.

Esta espécie alimenta-se à base de sementes e frutas, alguns dos quais venenosos. Para neutralizar o veneno as araras reunem-se em jazidos de argilas especiais, que ingerem todos os dias. Este tipo particular de argila absorve as substâncias tóxicas permitindo que as araras comam alimentos que, de outro modo, lhe seriam inacessíveis. Este conhecimento é passado de geração em geração.

Como os papagaios, as araras utilizam habilmente uma das patas, podem ser aves destras ou esquerdinas, e o seu bico forte permite-lhes abrir várias espécies de sementes.

A arara-vermelha é das aves tropicais mais traficadas, sendo que a captura de um exemplar pode render mais de 1000€ ao caçador, o que normalmente ultrapassa o que este ganha num ano da sua profissão (como agricultor, lenhador ou outra actividade relacionada com a floresta tropical).

Muitos ovos são trazidos ilegalmente do Brasil, para Portugal, por profissionais da prostituição: os ovos endurecem poucos dias após a postura, podendo ser transportados facilmente junto ao corpo, o que os mantém quentes. As crias são depois criadas artificialmente pelo comprador dos ovos.



Espécie Animal Autóctone da Semana

A águia-sapeira (Circus aeruginosus) pertence à ordem Accipitriformes e à família Accipitridae.
É uma ave de rapina de tamanho médio com cabeça e corpo esguios, asas e cauda longas, assim como as patas, o que constitui uma característica deste género. Também característico é o modo de voo com as asas levantadas formando um V distinto. Tem um comprimento de 48 a 56cm, envergadura de 110 a 130cm e um peso de 405 a 667grs (macho) e 540 a 800grs (fêmea). O macho é castanho-avermelhado com cabeça e margens anteriores das asas castanho claro, quase amarelas. Em voo é notável a cauda cinzenta e uma grande zona cinzenta na parte interior das asas e a ponta é preta. As fêmeas são todas castanhas escuras, apresentando apenas a coroa e o bordo anterior das asas cremes. Os juvenis apresentam uma coloração semelhante às fêmeas, por vezes sem os ombros cremes. Vocalizações são pouco produzidas fora da época reprodutiva, no entanro possui uma grande variedade de vocalizações de ameaça e alarme quando perturbado. O macho emite uma vocalização curta e vibrante durante a parada nupcial e existem ainda uma série de vocalizações entre os membros do par ou entre estes e as crias que variam conforme o contexto (por exemplo, macho anuncia à fêmea que traz alimento). A longevidade máxima conhecida é de 16 anos e 6 meses de idade.
Em Portugal, encontra-se normalmente associada a sistemas estuarinos e outras zonas húmidas costeiras, ocorrendo, ainda, irregularmente em algumas albufeiras do interior Sul do país. Utiliza muito frequentemente caniçais e sapais para nidificar ocorrendo, também, em campos agrícolas para caçar. Distribui-se maioritariamente em quatro zonas do país: Ria de Aveiro, Baixo Mondego, estuário do Tejo e estuário do Sado. Caçam voando baixo sobre o terreno plano e aberto, procurando as suas presas com as asas abertas em forma de V achatado. Alimentam-se particularmente de pequenos mamíferos tais como ratos-de-água e aves, mas também come insectos, répteis, anfíbios, peixes e cadáveres de animais.
O início da época de acasalamento varia de meados de Março a princípios de Maio. Nidifica no solo e o ninho é feito de paus, caniços e ervas. É construído normalmente numa base de caniços mas por vezes também em terrenos aráveis. Põem geralmente três a oito ovos por ninhada. Os ovos são brancos com uma ligeira coloração azulada ou esverdeada. São incubados durante 31-38 dias e as crias voam ao fim de 35-40 dias. A maturidade sexual é atingida aos 2 ou 3 anos de idade. Os machos acasalam frequentemente com duas ou por vezes três fêmeas. Os casais ficam unidos normalmente por uma só estação mas por vezes permanecem juntos durante vários anos.
Actualmente esta ave está classificada como vulnerável. A população nacional nidificante está compreendida entre 50-250 indivíduos maturos.
Os factores que a ameaçam são:
A  perda de habitat. Durante o final do século XIX e o século XX, um grande número de zonas húmidas foram drenadas e convertidas em campos de cultivo e, mais recentemente, para construção de infra-estruturas de turismo e áreas urbanas, facto que se verifica ainda nos dias de hoje. Actualmente, esta ameaça está presente em algumas zonas sem estatuto de protecção. O corte desregrado do caniço e outra vegetação palustre podem contribuir para a redução do habitat de nidificação disponível. A manutenção e correcta gestão desta vegetação é essencial.
As alterações do habitat.  A perda ou alteração da composição da vegetação palustre emergente devido a sobre-exploração ou gestão desregrada dos recursos hídricos e da vegetação e a poluição agrícola, urbana e industrial, são fortes causadores de degradação do habitat desta espécie. Por outro lado, a sucessão ecológica é também responsável pela degradação da qualidade do habitat, ou mesmo o desaparecimento de algumas zonas húmidas, sendo por isso necessárias intervenções no sentido de inverter este processo. O desenvolvimento turístico e a perturbação em volta das zonas húmidas também constituem factores de degradação do habitat. A escassa informação existente sobre os parâmetros reprodutores da espécie em Portugal, embora meramente indicativa, aponta para uma produtividade muito baixa, quando comparada com outros países da Europa.  As causas podem estar relacionadas com fraca disponibilidade alimentar, que por sua vez pode dever-se a uma degradação da qualidade do habitat.
O abate ilegal é provavelmente uma causa importante de mortalidade para esta espécie.  A  Águia-sapeira é vulnerável ao abate com armas de fogo, principalmente nas áreas onde procura alimento           ( arrozais, campos e cultivo), devido ao seu modo de caça (voo lento e a baixa altitude) e à forte pressão cinegética a que muitas dessas áreas estão sujeitas.
A perturbação provocada pelas actividades humanas pode ter um impacto negativo no sucesso reprodutivo ou na sobrevivência dos indivíduos, ou mesmo na sua permanência em áreas de pequenas dimensões. A perturbação humana pode ser o factor determinante para o insucesso reprodutor. Durante o Inverno, a perturbação causada pela actividade cinegética, por exemplo, durante a caça aos anatídeos, pode ser determinante para a não utilização de um determinado dormitório e obrigar as aves a procurar locais menos favoráveis.
O saturnismo. Embora não estejam documentados casos comprovados de saturnismo em Portugal, foram detectados em Espanha vários casos de indivíduos envenenados com chumbo, provavelmente por ingestão de presas contaminadas. O impacto real desta ameaça é desconhecido no nosso país, mas é provável que seja significativo, uma vez que tende a capturar animais que se encontram feridos ou doentes, nomeadamente aves aquáticas afectadas por saturnismo. Em Portugal, apesar da imensa literatura publicada acerca dos efeitos nefastos deste fenómeno, de recomendações de especialistas nacionais que investigaram o problema em áreas do nosso país e de um número considerável de países já terem proibido a sua utilização, ainda se continua a caçar com chumbo nas zonas húmidas. Apesar de em muitas áreas protegidas a actividade cinegética estar interdita, é provável que o risco de contaminação ainda seja elevado uma vez que a permanência do chumbo nos sedimentos pode ser extremamente longa.
A poluição e aumento da utilização de agro-químicos. Embora se desconheçam os efeitos directos da poluição, quer seja agrícola, industrial ou doméstica, há indícios bastante fiáveis de que tenha consequências negativas na espécie e no seu habitat em vários locais do país. Em diversas zonas húmidas nacionais foram observados fenómenos massivos de intoxicações agudas de ralídeos e anatídeos causadas directa ou indirectamente pela poluição, animais estes que são posteriormente consumidos pelas Águias-sapeiras, pelo que é muito provável esta espécie seja também afectada, quer a nível da sobrevivência de indivíduos quer da redução da capacidade reprodutiva. Supõe-se também que a poluição e o aumento do uso de agro-químicos contribua para a diminuição das populações presa.
MEDIDAS DE CONSERVAÇÃO 
Assegurar protecção legal aos sítios com habitat favorável para a Águia-sapeira.
Interditar o uso do chumbo na actividade cinegética em zonas húmidas.
Promover a manutenção e incremento do habitat apropriado para a espécie, nomeadamente os maciços de plantas palustres. Recuperar as manchas de caniçal mais degradadas ou desaparecidas por forma a incrementar o número e a área de locais propícios à nidificação da Águia-sapeira. Condicionar as operações de drenagem em importantes zonas de nidificação da espécie. Regular o uso de pesticidas e adoptar técnicas alternativas, como por exemplo utilizar substâncias mais facilmente degradáveis, cujo impacto ambiental não seja tão nefasto.
Promover e valorizar a exploração sustentada e os usos tradicionais da vegetação palustre e a exploração económica do património natural associado à espécie. Reduzir a perturbação por actividades humanas nos locais mais sensíveis. Regulamentar a actividade turística dentro das ZPE's.
Promover restrições e fiscalização à actividade cinegética nos locais mais importantes para a espécie. Promover estudos sobre aspectos da biologia da Águia-sapeira, nomeadamente biologia reprodutiva, movimentos, requisitos de habitat e mecanismos para a sua gestão e disponibilidade trófica. Implementar um programa de censo e monitorização da população nacional. Investigar o efeito do saturnismo, da poluição e dos agro-químicos sobre a espécie e restantes elementos da sua cadeia alimentar. Desenvolver e implementar programas educacionais de modo a aumentar o conhecimento do público sobre a espécie e a necessidade de se preservar o seu habitat.

terça-feira, 9 de novembro de 2010

Ribeira de Covelas: Quercus pede despoluição e apuramento de responsabilidades

O Núcleo Regional do Porto da Quercus – Associação Nacional de Conservação da Natureza tomou conhecimento através do jornal O Notícias da Trofa de um fenómeno de elevada poluição na ribeira de Covelas que corria com maus cheiros, lamas e coloração preta. 
A poluição observada na ribeira afecta seriamente a qualidade de vida da população da Trofa, coloca um problema grave de salubridade além de aumentar o já grande distanciamento das populações com os seus rios e ribeiras, que os vêm agora como esgotos quando outrora foram lugares agradáveis e produtivos. Toda a biodiversidade é criticamente afectada, por exemplo os anfíbios, como as rãs e as salamandras, típicos nestes cursos de água e responsáveis pelo controlo dos mosquitos, não sobrevivem a estas condições gerando perda de biodiversidade e situações de desequilíbrio do ecossistema.

Não é aceitável a contínua degradação de rios e ribeiras desta forma e sem apuramento de responsabilidades e consequências, pelo que o Núcleo do Porto da Quercus exige que se remedeie a situação e regenere a zona e se trabalhe mais no sentido de prevenir situações como esta.
Já estão em curso projectos de despoluição de rios e ribeiras e apela-se à Câmara Municipal da Trofa para iniciar um processo semelhante para os rios e ribeiros da Trofa, nomeadamente para a ribeira de Covelas.

            Porto, 8 de Novembro de 2010

            A Direcção do Núcleo Regional do Porto da
            Quercus – Associação Nacional de Conservação da Natureza

domingo, 7 de novembro de 2010

Espécie Animal Traficada da Semana

 Tigre-de-Bengala 

Tigre-de-Bengala (Panthera tigris tigris) é uma das 9 subespécies de tigre (3 já se encontram extintas). É uma das espécies mais conhecidas do mundo pela sua beleza popularizada na nossa civilização como a ideia comum que temos do tigre tipicamente ilustrada em livros e protagonista de diversos filmes assim como é a espécie mais típica dos jardins zoológicos. É também conhecida por motivos menos agradáveis: trata-se do grande felino mais ameaçado de extinção.




 Caracteristicas:


A altura deste animal ronda o 1metro, de comprimento 3metros e pesa aproximadamente 250kg, contudo o tigre mais pesado encontrado pesava uns surpreendentes 389kg.
A sua cauda tem de comprimento entre 60cm e 1metro. Possui pêlo curto alaranjado com listras pretas, porém existe outras variantes, nomeadamente a sua mutação que possuí pêlo branco, listras castanhas e olhos azuis.
Por possuir uma densa camada de pêlo, é um felino que não gosta de ambientes extremamente quentes, por isso tenciona a habitar zonas situadas junto a bacias hidrográficas. É um excelente nadador, conseguindo nadar uma estimativa 5 kilómetros. Também é extremamente veloz, ágil e consegue saltar grandes distâncias (9 metros de comprimento e 5 metros de altura).
Possui uma grande capacidade de camuflagem já que a sua coloração e desenho das listras ajudam-no a confudir-se com a vegatção. Estes factores fazem dele um óptimo caçador.
Alimenta-se de animais de pequenos porte (aves, macacos, veados...) mas também ataca outros como pequenos elefantes, rinocerontes, gauros (búfalos asiáticos), pitóns e crocodilos.







Habitat:                                 O tigre-de-bengala habita bosques, florestas tropicais e zonas alta da Índia, Bangladesh, Nepal, Butão e Myanmar.












Extinção:
 Em 2008 foram contabilizados apenas 500 tigres-de-bengala no estado selvagem em todo o planeta. A culpa deve-se inteiramente ao Homem, já que o tigre em estado selvagem não tem qualquer tipo de predador.  Portanto, é uma grande vítima dos caçadores furtivos. Estes são vendidos como animais de estimação ou mortos e posteriormente transformados em casacos de peles e todo o tipo de acessórios mais excêntricos. Também são mortos pelas populações que coabitam com este felino,  já que este ataca humanos e invade as suas áreas.







27.04.2010
Nesta foto é visível Kinwah, um tigre-de-bengala que foi criado em casa por dois Australianos como um animal de estimação após ter sido rejeitado pela mãe por ter nascido com um defeito nos membros anteriores.
Passa grande parte do tempo no quintal com um pastor alemão de 2anos, dentro de casa o seu lugar favorito é a cozinha.


Muito em breve Kinwah deixará de viver com o casal porque:  "Ele é um tigre e pode se tornar imprevisível. Você não pode transformar um animal como esse em um bicho de estimação. Ele vai para um lugar cercado, mas será um processo gradual"






 É necessário preservar esta espécie já que a sua extinção torna-se eminente. Grupos de protecção animal como a WWF tem reunido esforços para travar a captura destes animais. A sua alma é selvagem e tem de ser tratado como tal, um animal selvagem num ambiente selvagem.