Animais Autóctones

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domingo, 28 de novembro de 2010

Espécie Animal Autóctone da Semana

Morcego-de-ferradura-mediterrânico
(Rhinolophus euryale)

Taxonomia: Família: Rhinolophidae, Espécie: Rhinolophus euryale (Blasius, 1853) 
Espécie sedentária, permanece frequentemente no mesmo abrigo ao longo de todo o ano.
Distribuiçao: Em Portugal é mais raro no Sul que no Centro e Norte, não tendo ainda sido encontrado no Algarve
População:A população nacional desta espécie deve situar-se abaixo de um milhar de indivíduos. Tanto durante a época de criação como na de hibernação, estão agrupados em menos de uma dezena de colónias, tendo as maiores poucas centenas de indivíduos. De forma geral, as populações europeias desta espécie têm regredido substancialmente, tendo desaparecido de vastas regiões. Em Portugal também parece estar a regredir.

Requisitos ecológicos: 
Habitat: Espécie predominantemente cavernícola, tanto para criação como para hibernação. No Sul do país parece ocupar quase exclusivamente grutas e minas de dimensões relativamente grandes, em todas as épocas do ano; no Norte foram encontrados alguns grupos em edifícios.
Alimentação: Os habitats de alimentação desta espécie não são bem conhecidos. Apesar de pouco conclusivo, um estudo realizado recentemente em  Itália sugere que esta espécie utiliza para se alimentar predominantemente áreas de floresta de folhosas e galerias ripícolas. Captura predominantemente borboletas nocturnas, tipulídeos e escaravelhos.
Reprodução:  As fêmeas atingem a maturidade sexual  por volta dos dois anos de idade. Nascimentos em Junho (uma cria por fêmea). Tal como outras espécies de morcegos, é considerada frágil: por um lado, tem uma reduzida capacidade de recuperação (conferida por uma tardia maturidade sexual  e uma baixa taxa de reprodução); por outro, o seu carácter colonial, sobretudo durante a época de criação (forma colónias com centenas de indivíduos) torna-a sensível a problemas que possam ocorrer nos poucos abrigos que ocupa.

Ameaças:
A destruição e perturbação dos abrigos é o principal factor de ameaça para esta espécie.  A perda de abrigos pode ocorrer através do bloqueio das entradas de minas ou grutas por vegetação, derrocadas ou colocação de gradeamentos inadequados. A perturbação dos abrigos é particularmente grave em períodos críticos como a criação e hibernação.
 A destruição de florestas de folhosas autóctones bem desenvolvidas resulta na redução das áreas de alimentação disponíveis provocando a redução dos efectivos por alteração da composição da comunidade de insectos, base da dieta desta espécie.
 A poluição resultante da intensificação da utilização de produtos químicos na agricultura, pecuária e silvicultura,  nomeadamente  pesticidas e fertilizantes, pode provocar a redução da comunidade de insectos, diminuindo os recursos tróficos, e o envenenamento de adultos e juvenis. A acumulação de compostos tóxicos nas fêmeas torna-se particularmente grave no período de gestação e amamentação das crias, comprometendo a taxa de sobrevivência destas.
O atropelamento pode ser um factor de mortalidade significativo para esta espécie, dado tratar-se de uma espécie de voo baixo, efectuado muito próximo do solo. Pela mesma razão, a utilização de vedações rematadas no topo com arame farpado pode ser responsável pela mortalidade de indivíduos desta espécie.  
A má imagem dos morcegos pelo Homem, associada a mitos e superstições, promoveu a perseguição directa a este grupo.
 
Objectivos de Conservação:
 Aumentar os efectivos populacionais
Manter a área de ocupação actual
Recuperar o habitat: 
o  Assegurar habitat de alimentação
o  Assegurar habitat de reprodução
o  Assegurar habitat de abrigo

Outra informação relevante:
Os abrigos mais importantes para  a espécie são: Miranda do Douro,  Ribeira de Pena, Tomar I, Ourém, Alcanena I, Marvão I, Óbidos, Cadaval (irregular), Grândola I, Moura I Torre de Moncorvo

Classificação
CRITICAMENTE EM PERIGO Fundamentação: A espécie tem uma área de ocupação reduzida (inferio km2) e fragmentação elevada; admite-se um declínio continuado da área de ocupação, da qualidade do habitat, do número de subpopulações e do numero de indivíduos maduros.

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