Animais Autóctones

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sábado, 20 de novembro de 2010

Espécie Animal Autóctone da Semana

O cágado-de-carapaça-estriada (Ermys orbicularis) está classificado como "espécie em perigo" pelo ICNB. Em Portugal habita principalmente na bacia hidrográfica do rio Guadiana e a Sul do Tejo, não se encontram acima dos 1000m de altitude.

Trata-se de um cágado que atinge os 16cm de comprimento máximo da carapaça, de cor escura com manchas amarelas, em desenho radial e plastrão (ventre) de coloração cinzenta ou amarela com algumas manchas. O plastrão é ligeiramente móvel e liga-se à face dorsal da carapaça por ligamentos cartilagíneos. É difícil distinguir machos de fêmeas, pois as únicas diferenças são o tamanho ligeiramente maior e plastrão plano das fêmeas em oposição aos machos, que apresentam a face ventral ligeiramente côncava e cauda mais comprida e grossa. Os juvenis têm a carapaça quase circular e são mais escuros do que os adultos, a sua quilhas vertebral (uma elevação ao longo da carapaça) atenua-se com a idade.

Esta é uma espécie de hábitos diurnos que apresenta maior actividade entre os 20ºC e os 24ªC, apesar de ser activa a partir dos 14ºC. Pode hibernar em locais frios e estiver nas regiões mais quentes, caso em que pode ter duas épocas de reprodução durante o ano.

O acasalamento ocorre, normalmente, em meio aquático, a seguir ao Inverno, e as fêmias põem os ovos entre Maio e Julho num buraco que escava no solo. As ninhadas são constituidas por 3 a 18 ovos e os juvenis possuem um crescimento lento, sendo que os machos atinguem a maturidade sexual entre os 6-8 anos de idade e as fêmeas entre os 10-12 anos. A sua longevidade pode chegar aos 40 anos.

Os juvenis são mais carníveros que os adultos. Os cágados-de-carapaça-estriada alimentam-se de invertebrados aquáticos, larvas e anfíbios adultos, matéria vegetal, pequenos peixes e caracóis, no entanto, já foram abservados a capturar crias de aves.

Entre os seus predadores destacam-se os javalis, sacarrabos, ratazanas e várias aves de rapina, corvos e garças. Os juvenís podem ser comidos por lúcios.

Devido ao seu crescimento lento e baixa adaptilidade é importante preservar os habitats desta espécie, em especial os charcos temporários do Alentejo.

Outros factores de ameaça são a introdução da targaruga-da-flórida (do género Trachemys) que compete pelos mesmos alimentos, os atropelamentos, captação de água e poluição dos seus habitats, a pesca acidental e as capturas para comércio ou recreio.

É essencial proteger esta espécie porque não possui uma dispersão limitada e uma fraca capacidade de recuperação das suas populações.

As suas manchas servem de camuflagem as águas paradas

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