Animais Autóctones

Animais Autóctones

Animal apadrinhado: Bufo-Real

Animal Apadrinhado por Inês Proença

Bufo-Real

Bubo bubo


Identificação
O bufo-real é a maior ave de rapina nocturna de Portugal, atingindo os 60cm de altura e os 2m de envergadura de asas.Pode pesar mais de 3kg. Possui duas orelhas falsas, que retrai durante o voo, sobre a cabeça e grandes olhos cor de âmbar. A plumagem tem manchas que imitam a coloração das cascas das árvores e o ventre é mais claro.
Esta espécie tem uma longevidade máxima na Natureza de 20 anos, mas podem atingir mais de 40 anos em cativeiro.
Comportamentos
Costumar vocalizar ao amanhecer e anoitecer, no seu “uuu uu” característico, mais frequente no Inverno. Como não faz ninho é uma espécie difícil de detectar, porque é muito discreta.
Classificação
QUASE AMEAÇADO, mas pensa-se que indivíduos de regiões vizinhas poderão migrar para Portugal em breve.
Distribuição
O bufo real está presente em toda a Europa, em especial em redor do mar Mediterrânico, parte da Ásia e África. Mas existe até perto do círculo polar árctico.
Em Portugal prefere as regiões rurais, de Trás-os-Montes, bacia hidrográfica do Guadiana, Alentejo e região Oeste. Não existe nos Açores e na Madeira.
População
Em Portugal os maiores núcleos populacionais situam-se nas bacias do Guadiana, Douro e Tejo. Considera-se o risco de extinção desta espécie bastante reduzido. Pensa-se que existem entre 200 a 500 casais de bufo real em Portugal.
Habitat
Encostas de serras e vales de grandes rios são o seu habitat favorito, caça em terrenos desarborizados, mas pode ser visto em matagais, pastagens e campos de cereais. É tolerante à actividade humana, embora escolha o local de nidificação longe das pessoas.

Alimentação
Como ave de rapina caça principalmente ratos, ratazanas, lebres, coelhos e aves como patos e gaivotas. Por vezes é atacado por corvídeos como gralhas e mesmo por bandos de gaivotas.
Reprodução
Põe 2 a 3 ovos entre Abril e Maio, numa cavidade em grandes árvores ou em penhascos rochosos, a fêmea choca os ovos durante cerca de 30 dias, período durante o qual é alimentada pelo macho. Após o nascimento das crias a fêmea continua com elas no ninho por quatro a cinco semanas, alimentando os filhotes com pequenos pedaços das presas trazidas pelo macho. A partir das três semanas as crias alimentam-se por si próprias dos que os progenitores lhes trazem, mas apenas começam a investigar a área exterior ao ninho pela quinta semana de vida, pouco tempo depois já conseguem esvoaçar alguns metros.
Os filhotes tornam-se independentes perto de Setembro e abandonam o território dos pais, atingem a maturidade sexual entre o segundo e o terceiro ano.
Assim que as crias deixam o território dos pais, o macho começa a procurar novos locais de nidificação para a época seguinte.
Ameaças
As barragens ameaçam os locais de nidificação do bufo real, porque altera o habitat das margens dos grandes rios. Também o roubo de ovos, destruição de ninhos, o abate a tiro e a redução da população de coelhos pode ameaçar as populações de bufo real, porque o coelho é a sua presa favorita. Também as mortes por electrocussão, devido a uma distância insuficiente entre linhas eléctricas de média e alta tensão, contribuem para a redução do número de indivíduos.
Para proteger o bufo real deve-se proceder à eliminação da aplicação de venenos, condicionar o acesso de veículos e pessoas nas áreas de reprodução, monitorizar os cabos eléctricos e continuar os estudos sobre a espécie e sobre as populações das suas principais presas.