Animais Autóctones

Animais Autóctones

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Espécie Animal Autóctone da Semana

Rela Arborícola Europeia

(Hyla arborea)

   A rela arborícula europeia (Hyla arborea) é um pequeno anuro (anfíbio sem cauda), geralmente com menos de 5 cm de comprimento. Possui olhos proeminentes e laterais; a íris é dourada com reticulado escuro.

   Os indivíduos destas espécie têm membros compridos com cinco dedos nas patas posteriores e quatro nas anteriores. Os dedos terminam em discos adesivos (característica que lhes permite trepar, mesmo em superfícies escorregadias).
   A pele das relas é lisa e brilhante superiormente e mais granulosa, no ventre.

  A coloração destes animais é, em geral, verde-viva, mas podem aparecer indivíduos azulados, acinzentados ou acastanhados. Apresentam tipicamente uma linha escura lateral (bordada, dorsalmente, por uma linha branca ou amarelada) que começa no focinho, passa pelo olho e que se estende até à região inguinal. Na região do ventre, são brancas ou acinzentadas.

  Os machos apresentam um saco vocal externo bastante desenvolvido que, quando insuflado, chega a possuir um tamanho superior ao do da cabeça. Quando o saco vocal não está insuflado, podem observar-se pregas cutâneas na garganta.

  Os girinos desta espécie nunca ultrapassam os 5 cm de comprimento. Ao eclodirem medem entre 0,5 e 1 cm. Superiormente, são esverdeados com manchas e reflexos prateados. A região muscular da cauda apresenta dorsalmente uma banda comprida mais escura.

   As membranas caudais são translúcidas com pequenas manchas escuras.


DISTRIBUIÇÃO E ABUNDÂNCIA

  Em Portugal só não existe no Algarve e no interior do Alentejo.

  Pode ser muito abundante em certos locais, no entanto as suas populações têm sofrido uma regressão notável.


ESTATUTO DE CONSERVAÇÃO

  Esta espécie faz parte do anexo II da Convenção de Berna e do anexo B-IV da Directiva Aves/Habitats (DL 140/99 de 24 de Abril).


FACTORES DE AMEAÇA

  Os principais factores de ameaça para esta espécie são o desaparecimento progressivo das zonas húmidas, onde se concentra em número elevado para se reproduzir, a destruição ou alteração da vegetação das ribeiras e a utilização de insecticidas.


HABITAT

   As relas preferem habitats ricos em vegetação e relativamente húmidos, encontrando-se em zonas encharcadas, pântanos, lagoas, caniças, arrozais, prados e outros meios similares. Vivem tanto ao nível do mar como em zonas de montanha.


ALIMENTAÇÃO

   A sua dieta inclui diversos tipos de invertebrados tais como insectos, aracnídeos e miriápodes. Os girinos são herbívoros e detritívoros.


INIMIGOS NATURAIS

  Os adultos são predados por cobras de água e por várias aves como as garças e as corujas. As larvas são predadas sobretudo por insectos aquáticos carnívoros e por aves aquáticas.


REPRODUÇÃO

   Em Portugal a época de reprodução ocorre, em geral, entre Abril e Junho. Os machos são os primeiros a chegar aos locais de reprodução. Atraem a fêmea através de um chamamento e abraçam-nas pelas costas (amplexo axilar). O amplexo pode durar até 30 horas. A fêmea deposita cerca de 1000 ovos em cacho. Como locais de postura, as relas escolhem zonas com água parada ou com pouca corrente e com alguma vegetação aquática.


MOVIMENTOS

   Têm hábitos trepadores, encontrando-se frequentemente em ramos, folhas de árvores ou arbustos. Realizam migrações para os charcos, na época da reprodução. Podem dispersar-se muito.


ACTIVIDADE

Um indivíduo da espécie Hyla arborea
na mão da porta-voz do nosso grupo.
   Embora sejam predominantemente crepusculares e nocturnas, também podem observar-se indivíduos activos durante o dia, sobretudo após uma forte chuvada, uma tempestade ou com tempo nublado. No inverno hibernam por um período de tempo variável.


CURIOSIDADE

  Diz-se que as vacas que as comem (confundindo-as com erva, dada a sua cor), morrem.
 


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