Animais Autóctones

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sábado, 11 de dezembro de 2010

Espécie Animal Traficada da Semana

Arara-Azul (Anodorhynchus hyacinthinus)


Arara-Azul, uma espécie bastante traficada na América do Sul.


Aqui ficam alguns tópicos importantes para um melhor conhecimento desta espécie que integra a lista dos animais mais traficados.

A arara-azul é também conhecida por arara-azul-grande, arara-preta, araraúna e arara hiacinta.
O nome científico é Anodorhynchus hyacinthinus. A etimologia da palavra “anodorhynchus” prende-se com o facto dos indivíduos desta espécie possuírem bico sem dentes e a maxila sem entalhe. Já “hyacinthinus” deve-se à cor deste animal, predominantemente azul.         

Um pouco de Taxonomia…

A arara-azul pertence ao Reino Animalia, ao Filo Chordata, à Classe das Aves, Ordem Psittaciformes, à família Psittacidae e ao género Anodorhynchus.

Status:
Esta é uma espécie ameaçada de extinção, no Brasil (MMA, 2003), listada no Apêndice 1 do CITES (Convenção sobre Comércio Internacional das Espécies da Flora e Fauna Selvagens em Perigo de Extinção) e vulnerável de acordo com a IUCN (União Mundial para a Conservação da Natureza).


Comportamento:
Na natureza, as araras-azuis podem ser observadas a voar ou a andar pelo chão. Podem também encontrar-se penduradas nos cachos de frutos das palmeiras, pousadas em galhos secos das árvores ou ainda nos mourões de cercas.

São encontradas em bandos de 10 a 30 aves, especialmente nas áreas de alimentação e nos locais para descansar e dormir, como também em pares reprodutivos.
As araras-azuis fazem, frequentemente, o ninho
em troncos ocos de palmeiras.
Quando esses bandos são observados, podemos verificar a alta socialização (interacção) entre os indivíduos. É muito comum ver as araras a vocalizar (parece que conversam umas com as outras), a executar preening (um indivíduo coça ou faz limpeza às penas de outro), a brincar umas com as outras e com os galhos, flores ou com folhas das árvores que estão pousadas. Já na época reprodutiva é possível observar os casais a alimentarem-se e a voarem juntos, geralmente são fiéis ao parceiro e dividem a tarefa de cuidar dos ovos e filhotes. 


Sítios de Nidificação:

Não parecem seleccionar ninhos com características padronizadas, como forma e tamanho das cavidades, orientação das aberturas, etc… mas mostram preferência por árvores que se destacam da vegetação, localizadas nas bordas de cordilheiras e com cavidades mais acessíveis.

As araras azuis são sociáveis pois vivem em família, bandos ou grupos. É difícil encontrá-las sozinhas e em vida livre. São aves conspícuas e que apresentam uma certa fidelidade aos locais de alimentação e de reprodução. Jovens e casais não reprodutivos reúnem-se em espécies de “dormitórios”, que, além de protecção, parecem funcionar como verdadeiros "centros de troca de informações". As araras azuis estão entre as mais inteligentes do grupo das aves.
Relativamente ao comprimento podem medir até 1 m (da ponta do bico à ponta da cauda), sendo as maiores aves no mundo da família Psittacidae. Quanto ao peso, um indivíduo adulto pode chegar até 1,3 kg, porém filhotes podem atingir até 1,7 kg no período de pico de peso.

No que diz respeito à coloração, possuem plumagem na cor azul cobalto, degradê da cabeça para a cauda, sendo preta a parte inferior da penas das asas e cauda. Possuem uma tonalidade amarela intensa ao redor dos olhos (anel perioftálmico), pálpebras e na pele nua em torno da base da mandíbula. O bico é grande, maciço, curvo e preto, formando quase um círculo com a cabeça. A língua espessa e preta chama atenção pela faixa amarela nas laterais.
Distribuição Geográfica:

Antigamente comum em grande parte do Brasil, hoje é encontrada no Pantanal, abrangendo pantanal Boliviano, Paraguaio e Brasileiro, nos estados de Mato Grosso do Sul e Mato Grosso, bem como no norte do Brasil, nos estados do Amazonas e Pará e na região de “Gerais” que incluem territórios do Maranhão, Bahia, Piauí, Tocantins e Goiás.

Habitat:

Na região do Pantanal, são encontradas em áreas abertas, nas matas que possuem palmeiras, enquanto os seus ninhos estão localizados na borda ou interior de cordilheiras, bem como em áreas de pasto. Na região do Pará, utiliza as florestas húmidas, preferindo locais de várzeas ricas em palmeiras. Nas regiões secas, é comum encontrá-las em áreas sazonalmente áridas, preferindo os vales dos paredões rochosos, nesta região faz ninhos em troncos ocos de palmeiras.

Alimentação: 

Araras-azuis são um dos psitacídeos mais especializados na alimentação constituída basicamente de sementes de palmeiras, que conseguem quebrar facilmente com a potência do seu bico. Na região pantaneira, alimentam-se de acuri (Scheelea phalerata) e bocaiúva (Acrocomia aculeata). Na região paraense, de inajá (Maximiliana regia), babaçu (Orbiguya martiana) e tucumã (Astrocaryum sp). Nas regiões secas, preferem licuri ou catolé (Syagrus coronata), piaçava (Attalea funifera), buriti (Mauritia vinifera) e Orbiguya eicherii.
No período de frutificação das bocaiúvas, as araras-azuis são vistas a alimentarem-se directamente dos cachos. 



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