Animais Autóctones

Animais Autóctones

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Espécie Animal Autóctone da Semana

  A cegonha-preta (Ciconia nigra) é uma ave migratória ligeiramente mais pequena que a conhecida cegonha-branca (cerca de um metro de altura por 1,9 metros de envergadura). Possui uma plumagem predominantemente negra com reflexos esverdeados, o ventre branco e o bico e as patas vermelhos (as patas são verdes nos jovens).
  É conhecida pela sua timidez e por se distenciar do Homem. Alimenta-se sobretudo à base de peixe, anfíbios e insectos, caçando também pequenos mamíferos e outras aves pequenas. É útil para a agricultura por funcionar como controladora de pragas.
  Apesar de ser uma ave migratória, muitas das que vivem na Pensínsula Ibérica são residentes. As restantes europeias migram essecialmente para Sul do deserto do Sahara durante o Inverno. As aves da Europa de Leste costumam migrar para a China e Índia. Voa com algumas espécies de abutres que usam as mesmas rotas.
  A época de reprodução é imediatamente após a migração, em Março, mais tarde que as cegonhas-brancas.
Não nidifica em bando e prefere locais isolados como árvores altas ou escarpas pouco acessíveis a alturas entre os quatro e os vinte e cinco metros. Tem vários ninhos por território, que são usados alternadamente e construidos com musgo, papel, terra e ramos. Põe dois a cinco ovos esbranquiçados que são incubados durante trinta a cinco dias. As crias atigem a maturidade entre os 63 e 71 dias.
  A Cegonha-preta é uma ave territorial e cada casal necessita de uma extensa área que poderá ter entre 50 e 150 Km2. Tem preferência por florestas espontâneas de folha caduca e mistas, especialmente povoadas por sobreiros, azinheiras e oliveiras. Necessita da presença de ribeiros, rios, charcos e lagos em abundância (de preferência límpidos), prados e zonas palustres ricos em alimento.
  Em Portugal esta espécie encontra-se no interior, com destaque para as bacias hidrográficas do Tejo e Guadiana e a Zona do Douro Internacional.
Esta ave encontra-se ameaçada pela destruição do seu habitat e das áreas de reprodução, pela caça ilegal durante a migração, pelas colisões com cabos de alta tensão e pelo envenenamento através de pesticidas que ingere ao alimentar-se de outros seres.
Chegou a extinguir-se na Bélgica, Dinamarca e Suécia. Desde então as populações têm vindo a recuperar lentamente na Europa Central, nomeadamente na França e na Alemanha e também em Espanha. No entanto continuam a diminuir em Portugal, na Lituânia, Croácia, Albânia e Grécia. A população europeia está estimada em 6.500 a 19.000 casais reprodutores, 30 a 50 dos quais vivem em Portugal.


Sem comentários:

Enviar um comentário

Biodiversidade