Animais Autóctones

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sábado, 30 de outubro de 2010

Espécie Animal Traficada da Semana

«Criar um animal exótico como se se tratasse de um de estimação é um costume cultural que deveria ser alterado, como aconteceu com o uso do cinto de segurança e como se verifica no caso do cigarro. Prova de que a criação pessoal estimula o tráfico é que as espécies mais criadas - Curió (Oryzoborus angolensis), Canário-daTerra (Sicalis flaveola), Trinca-Ferro (Saltator similis), Coleirinhos e Papa-Capins (pertencentes ao género Sporophila) - são também as mais traficadas.»
Antonio Gamne (ícone da área de Saúde em São Paulo)


Coleirinho  (Sporophila caerulescens)

Macho de Coleirinho que possui coloração alvinegra


Existem várias designações para esta ave, para além da referida (Coleirinho), como por exemplo, Papa-Capim ou Papa-Arroz. Este animal pertence ao género Sporophila, que abrange mais de 25 espécies (no Brasil) e mede aproximadamente 12 cm.
Maioritariamente, as fêmeas são pardas e é quase impossível distingui-las; já os machos apresentam padrões de coloração mais típicos.
Dentre os Papa-Capins existem três espécies que se assemelham bastante ao Coleirinho: o Coleira-do-Norte (Sporophila americana), que possui um padrão alvinegro mais definido do que o primeiro, destacando-se uma faixa branca, que vai quase até a nuca, e a ausência de manchas negras na garganta; o Bigodinho (Sporophila lineola), que além de ter o padrão alvinegro ainda mais definido do que o anterior, possui áreas brancas na fronte, nos lados da face (“bigodes”) e na região do uropígio (parte superior da cauda); por último, existe o Coleirinho-do-Nordeste (Sporophila albogularis), este sim, muito parecido com o primeiro, porém sem a mancha negra na parte inferior do bico.
O ninho desta ave é feito à base de gramíneas (plantas com flor) e de outras fibras vegetais, sendo construído em forma de tigela rasa, sobre arbustos a poucos metros do solo.


Fêmea que apresenta uma coloração parda

 A fêmea põe geralmente 2 ovos, que são incubados por cerca de duas semanas.

Os filhotes abandonam o ninho após outras duas semanas e atingem a maturidade sexual logo no primeiro ano de vida. O casal pode procriar até 4 vezes ao ano quando em cativeiro.

O Coleirinho é, também, uma das aves nativas do Brasil mais criadas em cativeiro e, consequentemente, uma das espécies mais capturadas por alçapões e outras armadilhas.
Na actualidade, existem grupos de criadores de aves que se juntaram para fazer uma tentativa de pôr fim à prática de captura desta e de outras espécies e há, inclusive, dispositivos legais que obrigam o anilhamento como forma de certificação de espécimes nascidos em cativeiro.
Na natureza, o Coleirinho revela-se bastante sociável, sendo capaz de viver em grupos de 6 a 20 indivíduos, podendo, até, formar grupos mistos com outras espécies de Papa-Capins.
O peso e tamanho reduzidos permitem-lhe alcançar as sementes de gramíneas, trepando pelas hastes das mesmas.
 Ao longo do tempo, foi beneficiado pela introdução de algumas destas plantas com origem africana que parecem ser a base de sua alimentação nas áreas que sofreram intervenções antrópicas.

As populações mais meridionais são migratórias e deslocam-se para latitudes mais baixas nos meses mais frios. Nos últimos anos, tem-se verificado que existe uma população remanescente no sitio onde vivem, mesmo em pleno Inverno, o que pode ser consequência (ou evidência!) das alterações climáticas que estão a afectar o mundo nas últimas décadas.





Para ouvires o canto de Coleirinho clica neste habitat

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