«Criar um animal exótico como se se tratasse de um de estimação é um costume cultural que deveria ser alterado, como aconteceu com o uso do cinto de segurança e como se verifica no caso do cigarro. Prova de que a criação pessoal estimula o tráfico é que as espécies mais criadas - Curió (Oryzoborus angolensis), Canário-daTerra (Sicalis flaveola), Trinca-Ferro (Saltator similis), Coleirinhos e Papa-Capins (pertencentes ao género Sporophila) - são também as mais traficadas.»
Antonio Gamne (ícone da área de Saúde em São Paulo)
Coleirinho (Sporophila caerulescens)
Macho de Coleirinho que possui coloração alvinegra |
Existem várias designações para esta ave, para além da referida (Coleirinho), como por exemplo, Papa-Capim ou Papa-Arroz. Este animal pertence ao género Sporophila, que abrange mais de 25 espécies (no Brasil) e mede aproximadamente 12 cm.
Maioritariamente, as fêmeas são pardas e é quase impossível distingui-las; já os machos apresentam padrões de coloração mais típicos.
Dentre os Papa-Capins existem três espécies que se assemelham bastante ao Coleirinho: o Coleira-do-Norte (Sporophila americana), que possui um padrão alvinegro mais definido do que o primeiro, destacando-se uma faixa branca, que vai quase até a nuca, e a ausência de manchas negras na garganta; o Bigodinho (Sporophila lineola), que além de ter o padrão alvinegro ainda mais definido do que o anterior, possui áreas brancas na fronte, nos lados da face (“bigodes”) e na região do uropígio (parte superior da cauda); por último, existe o Coleirinho-do-Nordeste (Sporophila albogularis), este sim, muito parecido com o primeiro, porém sem a mancha negra na parte inferior do bico.
O ninho desta ave é feito à base de gramíneas (plantas com flor) e de outras fibras vegetais, sendo construído em forma de tigela rasa, sobre arbustos a poucos metros do solo.
Fêmea que apresenta uma coloração parda |
A fêmea põe geralmente 2 ovos, que são incubados por cerca de duas semanas.
Os filhotes abandonam o ninho após outras duas semanas e atingem a maturidade sexual logo no primeiro ano de vida. O casal pode procriar até 4 vezes ao ano quando em cativeiro.
O Coleirinho é, também, uma das aves nativas do Brasil mais criadas em cativeiro e, consequentemente, uma das espécies mais capturadas por alçapões e outras armadilhas.
Na actualidade, existem grupos de criadores de aves que se juntaram para fazer uma tentativa de pôr fim à prática de captura desta e de outras espécies e há, inclusive, dispositivos legais que obrigam o anilhamento como forma de certificação de espécimes nascidos em cativeiro.
Na natureza, o Coleirinho revela-se bastante sociável, sendo capaz de viver em grupos de 6 a 20 indivíduos, podendo, até, formar grupos mistos com outras espécies de Papa-Capins.
O peso e tamanho reduzidos permitem-lhe alcançar as sementes de gramíneas, trepando pelas hastes das mesmas.
Ao longo do tempo, foi beneficiado pela introdução de algumas destas plantas com origem africana que parecem ser a base de sua alimentação nas áreas que sofreram intervenções antrópicas.
As populações mais meridionais são migratórias e deslocam-se para latitudes mais baixas nos meses mais frios. Nos últimos anos, tem-se verificado que existe uma população remanescente no sitio onde vivem, mesmo em pleno Inverno, o que pode ser consequência (ou evidência!) das alterações climáticas que estão a afectar o mundo nas últimas décadas.
As populações mais meridionais são migratórias e deslocam-se para latitudes mais baixas nos meses mais frios. Nos últimos anos, tem-se verificado que existe uma população remanescente no sitio onde vivem, mesmo em pleno Inverno, o que pode ser consequência (ou evidência!) das alterações climáticas que estão a afectar o mundo nas últimas décadas.
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