Animais Autóctones

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domingo, 15 de maio de 2011

As estepes do Montana voltam a ter búfalos 140 anos depois - jornal i


Esta semana os inspectores da vida selvagem do estado do Montana, EUA, estiveram a inspeccionar um território de 20 mil hectares dentro da reserva para onde vão transferir os búfalos americanos ou bisontes. Só faltam os animais, que começarão a chegar nos próximos meses.
“É o princípio de todo um novo capítulo para o bisonte e para nós. Leva-nos exactamente para onde estávamos”, explicou à Reuters Robert Magnan, director do departamento de pesca e jogo da reserva de Fort Peck.


É a primeira vez em quase 140 anos que os búfalos americanos voltarão ao estado, no Noroeste dos Estados Unidos. O processo de transferência de uma manada de dezenas de búfalos do Parque Yellowstone para a reserva de índios de Fort Peck, que se prolonga há quase um ano, está a chegar ao fim. Durante séculos os povos nativos americanos viveram com os búfalos.

Caçavam-nos para comer e usavam-lhes as peles para se vestirem. Com a conquista do faroeste e a morte indiscriminada das manadas que enchiam as estepes do Oeste Selvagem – num triângulo que se estendia do Great Bear Lake no Canadá, a norte, até aos estados de Durango e Nueva León no México, a sul, e os montes Apalaches, a oeste – entraram em declínio também as tribos de índios.

A caça indiscriminada de búfalos a oeste do rio Mississípi reduziu o número de cabeças de 30 milhões para pouco mais de 50 animais, que se refugiram em Yellowstone no princípio do século XX. A sua protecção permitiu, entretanto, que 3700 cabeças existam hoje em dia no parque. No entanto, esse número poderá ter-se reduzido substancialmente. Apenas 700 búfalos foram postos em currais este ano antes da sua tradicional migração de Inverno para o Montana, onde os criadores de gado os costumam abater por temor a que transmitam brucelose ao seu gado.

O governador do estado, Brian Schweitzer, autorizou em Fevereiro que os animais se possam instalar temporariamente no Montana, o que provocou a ira dos rancheiros. Um plano que estes tentam agora reverter por todos os meios. No mês passado, dois búfalos foram abatidos junto à entrada norte de Yellowstone, perto de Gardiner, Montana.

Os animais a transferir foram postos em quarentena desde 2005, exactamente para evitar que contraiam a doença e possam assim ser transferidos sem receios. Os índios Sioux e Assiniboine da Reserva de Fort Peck já gastaram 250 mil dólares (175 mil euros) a preparar as pastagens para os receber.

simbologia Para quem cresceu a ver filmes de cowboys, só há um animal que divide com o cavalo – esse símbolo americano da liberdade e do sonho americano antes da invenção do automóvel – o espaço maior no panteão das simbologias do Oeste, e esse é sem dúvida o búfalo. A sua presença selvagem nas estepes do Velho Oeste garantia a sobrevivência a quem se aventurava para lá dos territórios conhecidos. Para os índios, além de sustento, o búfalo servia também como espírito venerado para um povo de caçadores.

Apesar da sua recuperação nos últimos anos, o búfalo americano con
tinua ameaçado – de acordo com a Associação Nacional do Bisonte, existem em todo o país apenas 19 820 animais selvagens. Os conservacionistas estão a fazer lóbi para conseguir a protecção federal para o búfalo americano selvagem como espécie ameaçada. Plano que, no entanto, foi rejeitado em Abril pelo Serviço de Pesca e Vida Selvagem dos Estados Unidos, depois de um pedido nesse sentido por parte do Center for Biological Diversity.

“É provável que recorramos dessa decisão. Os bisontes precisam de mais protecção”, afirma Noah Greenwald, director do centro para o programa de espécies ameaçadas, citado pelo “New York Times”.

Denver, no Colorado, é a única grande cidade dos EUA que possui uma manada de bisontes (55 cabeças), descendente dos animais de Yellowstone. Uma manada pura, porque, na verdade, muitos rancheiros, ao longo dos anos, procederam a misturas para salvar a espécie. Calcula-se que existam cerca de 200 mil bisontes em ranchos dos EUA.

“Esta de Denver é capaz de ser uma das manadas mais puras, diz Temple Grandin ao “New York Times”, professor na Universidade do Colorado. “Que bisontes são puros, sem genes de gado, é a grande questão”, acrescenta.

Para Art Noonan vice-director da agência de parques e vida selvagem do Montana, citado pela Reuters, a questão é bem mais simples: “O bisonte cuidou dos nativos americanos durante séculos e forneciam tudo o que precisávamos – comida, roupa, armas e ferramentas. Agora estão com problemas e é a nossa vez de cuidar deles.”

1 comentário:

  1. O o homem somente destroi,tem um prazer imoral,pérfido em destruir tudo que ele toca sãoo piores seres da face da terra deviam todos serem extintos.

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